O homem altera o ambiente ao seu redor para que funcione e produza resultados de acordo com o que necessita e deseja.
O ser humano tem avançado na sua capacidade de entendimento e interação socioeconômica e ambiental com o avanço da ciência e tecnologia.
Mesmo assim, a natureza continua apresentando muitos desafios, e processos de transformação do ambiente natural para o ambiente construído não têm sido um processo harmônico, e o resultado: desastre.
Quando se examinam as origens ou fato causador de desastres e integra-se o homem ou uma tecnologia que falha, tem-se outros tipos de desastre que não são a “causa-comum” (desastres naturais), e são identificados como desastres tecnológicos, e causados pelo homem (e.g. terrorismo).
O homem busca refazer seu espaço e melhorar seus processos para dar continuidade à sua própria vida, assim como também da sociedade e relacionamentos mercadológicos.
Como o desastre é um entendimento com conceituação humana, um volume imenso de pesquisas nas mais diferentes áreas das ciências acontece, tomando como base a história dos eventos passados, buscando antecipar eventos futuros, e se preparar ou minimizar a possível consequência de tais eventos.
Em paralelo às ciências, um grupo coordenado de forças governamentais e setor privado, incluindo-se organizações não-governamentais, lida com o dia a dia desses desafios, que não esperam a ciência avançar.
Para não errar, adotam processos, leis e regulamentos e dão o melhor de si para salvar vidas e propriedades.
No gerenciamento de desastres, a ciência veio avançando e criando vários processos. A introdução do conhecimento e avanço de resiliência, para além da sustentabilidade nos processos de controle e gerenciamento de desastres, requer uma abordagem compreensiva, dentro de uma visão de sistemas completos e sistema de sistemas, com a participação real do fator de altruísmo: a bondade parte do caráter humano dos tomadores de decisões.
Na maior parte das ciências, há um processo de separação das partes de sistemas observados na tentativa de redução que comporte uma análise que permita lógica e filosoficamente a explicação e a reprodução daquele modelo mínimo da experiência vivida ou antecipada.
Assim, tirar o homem dos processos de análise de resiliência, independente de qual abordagem e área científica, tem sido uma das correntes propostas e observadas em sua grande maioria.
No entanto, qualquer abordagem que busque o motivo do porquê tal estudo e desenvolvimento é importante, tem como resposta em algum momento, que a justificativa é porque algum ser humano, ou um grupo de pessoas, entendeu que aquele assunto, problema ou desafio era importante.
Com a “tomada de consciência” das máquinas que se utilizam de algum tipo de inteligência artificial e outras tecnologias de ponta que têm diretrizes que lhes dão condição de analisar resultados (e.g., positivo ou negativo), no caso de desastres, esses softwares empoderados via acesso mecânico, podem decidir o que deve ser evitado a todo custo.
Máquinas não têm “alma”, portanto regras morais e éticas podem ser programadas, mas não sentidas, e não há espaço para feitos heroicos, pois toda probabilidade é o que organiza a tomada de decisão.
Então, testemunhos de profissionais que decidiram fazer algo altruísta contra os resultados probabilísticos – como entrar num edifício para salvar pessoas depois de um furacão ou um terremoto -numa probabilidade enorme que contraindicava o resgate dessas pessoas, mantêm relevante a participação humana nesses processos maquinológicos.
O controle e gerenciamento de desastres passa pela vontade política de se fazer o bem dos profissionais. Interesses e objetivos desalinhados podem criar vários tipos de resultados de resiliência, desde o desenvolvimento insuficiente e falho, até próximo ao nível de perfeição.
A correção de percurso durante os processos de planejamento, coleta de dados, análise e implementação permite criar vários pontos de intervenção para se alcançar o resultado desejado.
Tal debate pretende organizar esse discurso de maneira aberta para a troca de conhecimento amplo, coleção de ideias e referência, na formação e multiplicação de influenciadores para um ecossistema parte da resiliência pessoal e comunitária.
Grande parte das minhas pesquisas se dedicam a sistemas tecnológicos para resiliência de sistemas de infraestrutura civil crítica contra os impactos de desastres, como sistemas de monitoramento e gerenciamento de alagamentos.